O filme “Music” da cantora australiana Sia causou muita controvérsia desde sua concepção até seu lançamento. Venha com o Canal Aberto Brasil e entenda o caso.
O longa-metragem conta a história de uma jovem autista chamada Music, que após a morte da mãe passa a viver com a meia-irmã Zu, que luta para cuidar dela, enquanto questiona os rumos de sua vida.
Embora a intenção do filme fosse mostrar a vida de uma pessoa autista, o resultado final acabou por gerar muita indignação por parte de muitas pessoas que viram no filme uma representação equivocada e ofensiva.
Um dos principais pontos de crítica ao filme foi a escolha da diretora de elencar uma atriz não autista para o papel principal, o que gerou um grande debate sobre a inclusão de pessoas com deficiência no cinema e na indústria do entretenimento em geral.
A dançarina Maddie Ziegler, parceira de longa data de Sia, foi a escolhida para o papel, o que gerou críticas de pessoas com deficiência, ativistas e organizações, que apontaram a falta de oportunidades para atores autistas e a perpetuação de estereótipos prejudiciais.
A controvérsia foi agravada pela resposta da própria Sia, que se defendeu das críticas nas redes sociais de maneira inadequada, alegando que havia procurado atores autistas para o papel, mas não encontrou nenhum com as habilidades necessárias para desempenhar como ela queria.
Além disso, a forma como a personagem Music foi retratada também gerou críticas, visto que a personagem foi representada de maneira estereotipada e pouco realista.
A representação de pessoas autistas no filme foi vista por muitos como prejudicial, já que a personagem foi retratada como uma pessoa que precisa de ajuda para tudo, que mal consegue se comunicar e que é um incômodo para as pessoas ao seu redor.
Como também, a performance da atriz Maddie Ziegler foi considerada caricata e exagerada, o que gerou ainda mais indignação.
Muitas pessoas com deficiência argumentaram que o filme perpetua estereótipos prejudiciais sobre pessoas autistas e reforça a ideia de que elas são incapazes de se comunicar e interagir com o mundo ao seu redor.
Outro aspecto criticado no filme foi a escolha de transformá-lo em um musical, com as músicas sendo usadas para retratar o mundo interno da personagem Music.
Muitas pessoas consideraram a escolha infeliz, já que a música não é uma forma de comunicação universal para pessoas autistas e, portanto, a decisão de transformar a personagem em uma fã de música pop é estereotipada e pouco realista.
Muitas pessoas criticaram as letras das músicas, que foram consideradas superficiais e pouco relacionadas com a história do filme.
A escolha de usar músicas da própria Sia na trilha sonora, incluindo uma cena em que a cantora aparece fazendo propaganda de si mesma, foi vista como egocêntrica e pouco apropriada, uma vez que o filme se propunha a abrir espaço para artistas autistas.
O debate sobre a representação adequada de pessoas com autismo no cinema é bastante relevante e delicado. O ideal seria abrir portas para que autista pudessem participar da produção para evitar a disseminação do estereótipo.
Ainda há muito estigma e desinformação sobre o espectro autista, o que pode levar a retratações inapropriadas e prejudiciais.
Muitas organizações e ativistas já se pronunciaram contra o filme, criticando a escalação de Maddie Ziegler e a representação caricata e ofensiva da personagem autista.
Além disso, a maneira como o filme lida com a questão da comunicação não-verbal também é problemática.
Music é apresentada como alguém que não consegue se comunicar verbalmente, o que é uma generalização prejudicial, pois muitas pessoas com autismo podem se comunicar de várias outras maneiras não-verbais.
A falta de nuance e complexidade na representação da personagem só reforça estereótipos negativos sobre pessoas com autismo.
O fato de que Sia, uma artista renomada e influente, tenha se recusado a ouvir críticas e se defender de maneira agressiva também é preocupante.
Em vez de usar sua plataforma para amplificar as vozes e experiências de pessoas com autismo, ela se colocou na defensiva e minimizou as preocupações e críticas de pessoas que lutam por uma representação justa e precisa de pessoas com autismo.
Sia Kate Isobelle Furler, conhecida profissionalmente como Sia, é uma cantora, compositora e diretora musical australiana.
Nascida em Adelaide, Austrália, em 18 de dezembro de 1975, Sia começou sua carreira musical na década de 1990 como vocalista da banda Crisp.
Em 1997, ela lançou seu primeiro álbum solo, “OnlySee”. No entanto, foi a partir de seu sexto álbum de estúdio, “1000 Forms of Fear” (2014), que Sia alcançou grande sucesso internacional, principalmente graças ao hit “Chandelier”.
Desde então, ela lançou vários outros álbuns e singles de sucesso, colaborou com diversos artistas e também compôs músicas para trilhas sonoras de filmes e séries de TV.
Além de sua música, Sia é conhecida por sua personalidade excêntrica e por esconder seu rosto em apresentações públicas, usando perucas e acessórios para cobrir seu rosto.
Em resumo, o filme Music é uma obra desastrosa que falha em todos os aspectos.
A escalação de uma atriz não autista para o papel principal, a representação caricata e estereotipada da personagem autista, a falta de cuidado na representação da comunicação não-verbal e a postura defensiva e minimizadora da diretora diante das críticas são apenas alguns dos problemas.
É importante que as pessoas que assistirem a esse filme compreendam que essa não é uma representação adequada de pessoas com autismo e que existem muitas outras obras que tratam desse tema de maneira mais respeitosa e responsável.
Além disso, é crucial que os artistas e cineastas que lidam com esse tema sejam cuidadosos e ouçam as vozes e experiências de pessoas com autismo para garantir uma representação justa e precisa.
Desde o início da vida na Terra, os seres vivos têm enfrentado desafios ambientais em…
O DNA, ou ácido desoxirribonucleico, é uma molécula fascinante que serve como o bloco de…
Analisar textos é uma habilidade fundamental que nos permite compreender profundamente as mensagens e ideias…
Esse website usa cookies.