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Crônica: Características, Tipos e Exemplos!

A crônica é um texto com um pé no jornalismo e outro no literário. Ela é, um gênero literário muito apreciado por sua leveza, humor e capacidade de retratar a vida cotidiana

Conheça as características, os diferentes tipos de crônica e alguns exemplos marcantes.

Características da Crônica

Imagem com Características da Crônica
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Definição e Origem

A crônica é um gênero literário que mescla elementos ficcionais e fatos para retratar acontecimentos do cotidiano. 

É um tipo de texto breve, que busca capturar a essência da vida cotidiana, apresentando observações, reflexões e narrativas pessoais sobre diversos temas. 

Ela é conhecida por sua linguagem coloquial, tom descontraído e estilo intimista, que envolvem o leitor em uma atmosfera próxima e familiar.

A origem da crônica remonta à Idade Média, quando o termo “chronica” era utilizado para se referir a relatos históricos em ordem cronológica. 

Nessa época, eram predominantemente os gêneros textuais narrativos que registravam fatos e eventos históricos, buscando informar sobre acontecimentos relevantes da sociedade da época. Eram escritas por cronistas, que tinham como objetivo registrar e preservar a memória coletiva.

Com o passar dos anos, a crônica foi se transformando e ganhando características próprias. 

Durante o Renascimento, por exemplo, ela começou a incorporar elementos mais subjetivos, trazendo a perspectiva do autor sobre os acontecimentos narrados. 

Foi nessa época que a crônica começou a se aproximar do que conhecemos hoje, com o uso de uma linguagem mais pessoal e a inserção de elementos literários.

No século XIX, a crônica adquiriu grande popularidade nos jornais e periódicos. Nesse contexto, surgiram importantes cronistas brasileiros, como Machado de Assis, Olavo Bilac, Lima Barreto, Rachel de Queiroz, entre outros. 

A crônica passou a ocupar um espaço significativo na imprensa, sendo utilizada como uma forma de entretenimento e reflexão para os leitores.

Atualmente, continua a ser um gênero literário muito apreciado, tanto no contexto jornalístico quanto no âmbito da literatura. 

Ela se tornou uma forma de expressão muito utilizada por escritores contemporâneos, permitindo uma abordagem mais leve, próxima e subjetiva dos acontecimentos cotidianos. 

Além disso, com o advento das redes sociais e dos blogs, a crônica encontrou novos espaços de divulgação e alcance, tornando-se ainda mais acessível ao público.

Breve Análise das Características

A crônica possui algumas características marcantes que a diferenciam de outros gêneros literários:

  • Texto curto: Geralmente possui extensão reduzida, adequando-se a um recorte do cotidiano.
  • Tema cotidiano: Aborda situações do dia a dia, temas comuns, trivialidades, valorizando a simplicidade.
  • Narrativa pessoal: O cronista apresenta seu ponto de vista, experiências e emoções pessoais.
  • Linguagem coloquial: Aproxima o leitor, utilizando uma linguagem informal e próxima da oralidade.
  • Tonalidade variada: Pode ser divertida, irônica, reflexiva, crítica, poética, de acordo com o estilo do cronista.
  • Estrutura flexível: Permite variações na organização do texto, como a ausência de parágrafos ou a utilização de diálogos.
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Tipos de Crônica

Jornalística

A crônica jornalística está intimamente ligada ao jornalismo e aborda fatos e eventos atuais com uma visão subjetiva e interpretativa. 

Pode retratar acontecimentos políticos, sociais, culturais, esportivos, entre outros. O cronista utiliza sua sensibilidade para explorar as nuances dos eventos, oferecendo ao leitor uma perspectiva pessoal sobre os acontecimentos. 

A crônica jornalística exige uma escrita ágil, capaz de envolver o leitor em poucas linhas.

Literária

A crônica literária expressa a sensibilidade e a subjetividade do cronista, explorando as nuances da vida cotidiana. 

Nesse tipo, o escritor utiliza sua habilidade em capturar os detalhes mais sutis e transformá-los em histórias encantadoras. 

Por uma linguagem poética e envolvente, o cronista cria um vínculo emocional com o leitor, compartilhando experiências, reflexões e observações do cotidiano.

Humor

A crônica de humor tem como principal objetivo divertir o leitor. O cronista utiliza técnicas como a ironia, o sarcasmo e a sátira para criar situações engraçadas e provocar o riso. 

Nesse tipo, são explorados os aspectos cômicos do cotidiano, seja através de situações inusitadas, personagens caricatos ou diálogos divertidos. O humor proporciona uma pausa leve e descontraída no dia a dia, permitindo ao leitor se divertir e relaxar.

Reflexiva

A crônica de reflexão pretende provocar questionamentos e estimular a reflexão sobre temas diversos. 

O cronista utiliza sua perspicácia e sensibilidade para abordar assuntos relevantes, como amor, amizade, solidão, sociedade, entre outros. 

Através de suas experiências e observações, o cronista convida o leitor a refletir sobre a vida e suas complexidades, gerando uma conexão profunda entre texto e leitor.

Autobiográfica

A crônica autobiográfica tem como base a vida do próprio cronista. Aqui, o autor compartilha suas memórias, experiências e vivências pessoais. 

Por meio de narrativas nostálgicas, o cronista transporta o leitor para momentos marcantes de sua vida, despertando emoções e promovendo a identificação. 

A crônica autobiográfica permite ao leitor conhecer um pouco mais sobre a história e as reflexões do autor.

Argumentativa

A crônica argumentativa visa, principalmente, persuadir o leitor por meio da apresentação de argumentos convincentes com a intenção de influenciá-lo a adotar determinada posição ou ação em relação a um tema específico.

Diferentemente de outros tipos de crônicas, a argumentativa exige uma estrutura mais organizada e uma abordagem mais lógica. 

Ela se utiliza de argumentos, evidências e raciocínio lógico para defender um ponto de vista e persuadir o leitor. Os temas abordados podem ser variados, envolvendo questões sociais, políticas, culturais, ambientais, entre outros.

Exemplos de Crônicas

Imagem com Exemplos de Crônicas
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“Dois mais dois” – Luis Fernando Veríssimo

O Rodrigo não entendia por que precisava aprender matemática, já que a sua minicalculadora faria todas as contas por ele, pelo resto da vida, e então a professora resolveu contar uma história.

Contou a história do Supercomputador. Um dia disse a professora, todos os computadores do mundo serão unificados num único sistema, e o centro do sistema será em alguma cidade do Japão. Todas as casas do mundo, todos os lugares do mundo terão terminais do Supercomputador. As pessoas usarão o Supercomputador para compras, para recados, para reservas de avião, para consultas sentimentais. Para tudo. Ninguém mais precisará de relógios individuais, de livros ou de calculadoras portáteis. Não precisará mais nem estudar. Tudo que alguém quiser saber sobre qualquer coisa estará na memória do Supercomputador, ao alcance de qualquer um. Em milésimos de segundo a resposta à consulta estará na tela mais próxima. E haverá bilhões de telas espalhadas por onde o homem estiver, desde lavatórios públicos até estações espaciais. Bastará ao homem apertar um botão para ter a informação que quiser.

Um dia, um garoto perguntará ao pai:

– Pai, quanto é dois mais dois?

– Não pergunte a mim – dirá o pai -, pergunte a Ele.

E o garoto digitará os botões apropriados e num milésimo de segundo a resposta aparecerá na tela. E então o garoto dirá:

– Como é que sei que a resposta é certa?

– Porque Ele disse que é certa – responderá o pai.

– E se Ele estiver errado?

– Ele nunca erra.

– Mas se estiver?

– Sempre podemos contar nos dedos.

– O quê?

– Contar nos dedos, como faziam os antigos. Levante dois dedos. Agora mais dois. Viu? Um, dois, três, quatro. O computador está certo.

– Mas, pai, e 362 vezes 17? Não dá para contar nos dedos. A não ser reunindo muita gente e usando os dedos das mãos e dos pés. Como saber se a resposta d’Ele está certa? Aí o pai suspirou e disse:

– Jamais saberemos…

O Rodrigo gostou da história, mas disse que, quando ninguém mais soubesse matemática e não pudesse pôr o Computador à prova, então não faria diferença se o Computador estava certo ou não, já que a sua resposta seria a única disponível e, portanto, a certa, mesmo que estivesse errada, e… Aí foi a vez da professora suspirar.

A crônica é um gênero literário fascinante, capaz de capturar a essência da vida cotidiana e proporcionar momentos de reflexão, diversão e emoção. 

Veja também:  O Barroco: Conheça o Movimento Artístico e Literário

Com suas características únicas e diversos tipos, ela oferece ao leitor uma forma especial de se conectar com o mundo ao seu redor. 

Esperamos que este artigo tenha despertado o seu interesse pela crônica e que você se aventure na leitura e na escrita desse gênero tão cativante.

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